Onde a beleza nos alimenta
Nas Escolas
do Agrupamento Tomaz Ribeiro foram criados jardins comestíveis que são espaços nos jardins das escolas contornados
por materiais reciclados, onde se combina a estética de um jardim comum
(relvado) com os benefícios de uma horta orgânica.
Observando os nossos jardins que constituem a parte da
frente dos nossos prédios, vivendas, escolas, edifícios públicos…, todos são
constituídos de relvados que gastam inúmeros recursos e poluem o ambiente, para
nada. A relva é incansavelmente acertada por corta – relvas, movidos por
recursos energéticos que por sua vez libertam gases responsáveis pelo efeito de
estufa e responsáveis pela diminuição da camada de ozono na atmosfera. Por sua
vez a erradicação de plantas invasoras dos relvados é necessário entupir a
relva de herbicidas e pesticidas que através dos sistemas de rega e com as
águas das chuvas os produtos tóxicos escorrem para os lençóis freáticos
contaminando-os e acabando com os nossos recursos de água potável, ou ainda
pior, gasta - se água quando é escassa. Em tempos de seca, de crise e de
guerra, como a que estamos a viver, continua-se a gastar água para rega dos
relvados que circundam as ruas quando os recursos gastos poderiam ser
canalizados para outros fins que beneficiassem mais o planeta.
Com base nesta reflexão a Escola procurou dar o
exemplo à comunidade, de como é possível transformar a nossa paisagem, de
regresso à natureza, de uma forma sustentável, cultivando os nossos próprios
alimentos. A ideia foi trabalhar com plantas comestíveis, árvores de fruto e
flores comestíveis. Assim o jardins frontais das nossas escolas são modelos, de
como é possível criar beleza natural, sem desperdiçar recursos, pelo contrário,
contribuindo para uma alimentação saudável. Os alimentos retirados das nossas
hortas pedagógicas vão diretamente para as cozinhas, sem necessidade de
transporte, ou seja, não gastámos recursos energéticos na cadeia de consumo.
Os professores, alunos, funcionários
envolveram-se nas hortas pedagógicas criando literacia agronómica, porque
aprenderam, uns com os outros, conversaram, divertiram-se, cada um fez o que
sabia fazer melhor…estas hortas são a possibilidade de criar esperança,
otimismo no futuro, já criaram em si uma escolaridade Feliz no presente.
Esta pedagogia em parceria com a natureza desenvolveu
nas nossas crianças e jovens, competências, tanto a nível físico como
psicológico, capazes de criar resiliência quando confrontados com situações
adversas no futuro.
Por vezes, dentro das paredes da sala de aula,
escrevia-se e falava-se sobre conceitos naturais, como por exemplo as estações
do ano, que devido às parcas vivências dos nossos alunos eram conceitos
abstratos! este projeto permitiu que os nossos alunos vivenciassem a natureza
cíclica em contexto real, dado que em todas as estações do ano, trabalham-se
produtos diferentes que se vão repetindo ciclicamente…
Esta foi a resposta local da Escola aos problemas
globais que se pode transformar num modelo, pois pode ser adotada por qualquer
pessoa em qualquer aldeia ou cidade do mundo, e que pode causar um impacto
monumental.